quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Constatação da Maior Merda Humana

É uma enorme bosta ver que todos os problemas sócio-psico-emocionais do indivíduo têm sua origem no ambiente familiar da infância e adolescência, e depois você tem que passar o resto da sua vida aprendendo a enfrentá-los e superá-los. Baita desperdício de tempo, de vida e de energia.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Jazigo Amoroso

Ela é minha sinuca de bico
Ela é meu xeque
Eu que sempre gostei de ser dominado
Pois deste domínio eu tirava a força para me libertar... e ser feliz
E destruir as más ideias...
E aniquilar o egotismo
Mas ela me deixa livre... e eu não sei o que fazer
Não tiro mais força da minha rebeldia
Vivo quase sem sentido
Por não poder ir, nem vir
Minha integridade... jaz...

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Pesado

Agora que estou escrevendo oficialmente sobre minhas caronas, e recordando minhas vivências em São Paulo, vejo um mendigo e percebo todo o peso do fardo que eles carregam. E vivem assim, matando um leão a cada dia, eternamente enquanto vivos...

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Preço do Mimimi

O preço mimimi é eterno
Um carnê que nunca acaba
Pensão vitalícia para o satanás
Paga com a dor da alma

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

29

Neste momento em que mergulho no retorno de Saturno, vou tentar aprender o máximo sobre mim mesmo, depois de aprender tanto sobre os outros.

Novo mantra da vida:

"As pessoas não são eu".

Tão necessariamente óbvio.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Dia 2 - 30k

Vou rever minha estratégia e analisar algumas mãos que joguei no dia final do torneio 30k garantidos do EPL.

Os blinds voltaram 2.500 - 5.000 com antes de 500, e meu stack era de 105.000 fichas, totalizando 21 BBs.

Tempo de blinds era de 20 minutos, o que, teoricamente, me permitiria jogar com calma, tight, podendo selecionar mãos mais fortes, porém, meu stack era relativamente pequeno, e eu teria que me mexer para não ser engolido pelos blinds.

Eu estava na posição 10 da mesa 1, uma posição horrível para jogar, onde não se consegue ver os jogadores à esquerda. No entanto, a disposição da mesa começou relativamente favorável a mim, trazendo jogadores tight-passivos a minha esquerda, e jogadores perigosos à minha direita.

Dos jogadores que eu possuía histórico, na posição 1 estava uma jogadora passiva, que gosta de ver flops, e que seria alvo fácil de c-bets. Na posição 2 um garoto muito tight. Na posição 3 um garoto tight-donk, chip leader da mesa, que arriscava bastante em spots desfavoráveis (notei isto dando carta no dia anterior). Na posição 4 um jogador tight passivo. Na posição 5 um limper jogador de cash game, que também gosta de ver flops. Na posição 6 uma jogadora nit, que limpa com mãos fortes, e dificilmente aposta. Na posição 8 um shark, jogador tight agressivo, difícil de jogar contra. Na posição 9, outro shark, loose, blefador, bastante agressivo.

Desta forma, decidi jogar em função dos posições 8 e 9, evitando jogar as mesmas mãos que eles com mãos marginais, e agredindo os passivos a minha esquerda com mãos especulativas quando os 8 e 9 não estivessem envolvidos.

Só por curiosidade, já na primeira mão do dia, a posição 1 tem AA, e dá raise pré-flop do D, depois de um limp do posição 5. BB paga, posição 5 folda, flop dá flush draw pro BB que sai donk-betando, D volta all-in, BB pensa e paga, fazendo flush no turn e eliminando a posição 1. Jogadas estranhas.


DESCRIÇÃO: Mão #1 (mão imediatamente seguinte à mão anteriormente narrada)

Blinds 2.500 - 5.000 ante 500

Posição 5 dá limp do UTG, posição 6 dá limp behind, posição 8 folda, 9 folda, e eu do CO vejo 77. Acho justo um raise para isolar e jogar em posição contra os 2 jogadores passivos. Dou raise pra 11.000, D folda, SB folda, BB pensa um pouco e folda. Posição 5 dá call e posição 6 dá call behind.

Flop: Tp 8p 2e                 (T= dez, p=paus, e=espadas)

Não acho um flop perigoso, mesmo sabendo que o posição 5 é limper, e poderia pagar com qualquer coisa, mas me sinto bem quando ele e a posição 6 dão check. C-beto 17.000, posição 5 da call e posição 6 folda.

Turn: Te

Posição 5 dá check novamente, e eu analiso a situação rapidamente. O stack dele é pouca coisa menor que o meu (uns 20k de diferença), e eu penso que um 3-barrel meu pode fazê-lo shovar e me fazer foldar o 77. Resolvo dar check também.

River: 4c          (c=copas)      

Bordo: Tp 8p 2e Te 4c

O river é um blank, então me sinto bem com meu 77. Posição 5 pega nas fichas atabalhoadamente, como se estivesse decidindo quanto apostar, mas dá check. Paro um pouco e penso. Já tinha certeza absoluta de que ele não tinha o dez. Se ele tivesse o 8, talvez esta fosse a única situação em que eu tomaria call, e perderia com meu 77. Se ele tivesse algum draw eu não tomaria call algum. Era a típica situação em que eu só tomaria call perdendo. Dou check também.

Posição 5 mostra 66, e meu 77 é bom.


JUSTIFICATIVA: Joguei a mão naquele estilo que o Negreanu chama de Small Ball. Como em um torneio o que importa é a sua sobrevivência, deve-se evitar a todo custo situações em que você comprometa todo o seu stack. Desta forma, meu check turn e check river é justificado, até mesmo porque jogadores de cash fazem jogadas sem sentido, e eu poderia me enrolar inflacionando o pote.


E SE...

Penso que minha jogada pré e pós flop foi padrão, mas as jogadas no turn e no river podem ser questionadas.

A- Um 3-barrel no turn poderia fazê-lo desistir da mão, mas poderia agregar valor ao pote caso ele tivesse um dos muitos draws possíveis, os quais ele pagaria, como jogador de cash que é.

B- Um check shove no turn seria uma jogada muito sofisticada, e acho que ele não faria isso. Este é um dos muitos erros que cometo, de achar que estou jogando contra mim. Poucos jogadores jogam neste estilo "pescador", a grande maioria joga ainda um poker mediano e engessado, o que justificaria ainda mais eu ter apostado contra este tipo de jogador pagador no turn.

C- Jogar Small Ball só funciona bem com jogadores loose, que sabem explorar spots bons e jogadores fracos, que tem stacks confortáveis, e que tenham um nível de leitura muito bons, o que ainda acho que não é o meu caso. Jogadores tight-agressives, como me defino, devem tentar sempre maximizar seus lucros e seus potes, pois contam com uma imagem favorável para fazer com que outros jogadores foldem mãos medianas.

D- Jogadores de cash game gostam de dar limp com pares pequenos, cartas altas e Ax naipado, o que justificaria eu apostar mais no turn e no river, se colocasse ele em range de par pequeno. Aliás, este é um erro que ainda cometo, de não colocar meus adversários em ranges.


CONCLUSÃO: Joguei a mão levando em consideração apenas a minha sobrevivência no torneio, e não soube aproveitar as cartas que o bordo trouxe. Não soube extrair valor de um jogador pagador, que ainda por cima tinha menos fichas que eu. Deixei a situação fugir do controle.







terça-feira, 29 de setembro de 2015

Constatação do Casamento

É um crime contra o bom senso qualquer ser humano se casar com menos de 30 anos.

Novo Foco

Neste ano, o pôquer ganhou grande importância na minha vida, pois trabalhei como dealer, e posso dizer que ganhei uma profissão. Além disso, assim que decidi jogar um pouco, tive ótimos resultados, e notei uma evolução crítica no meu jogo. No entanto, a boa fase passou, e entendo que quando começamos a apanhar do baralho, é hora de parar de jogar e estudar, treinar, e se preparar para estar bem no momento em que o baralho voltar a me favorecer.

A partir de agora, vou usar este blog para comentar comigo mesmo aspectos técnicos de mãos que joguei, online ou live. Vamoooo!!! GG

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Ainda me lembro bem, daquela quinta-feira

Toda quinta dá deprê. Não vai mudar nunca!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Nova meta na Vida

Comprar um barco e morar na beira do cais... *_________*

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O Mundo Precisa de Amor

Precisamos urgentemente desconstruir esse clichê!!! O Mundo precisa de Amor, precisa que amemos o Mundo, que respeitemos o planeta, que estabeleçamos uma relação o mais honesta possível com ele, vivendo-o, viajando-o, conhecendo-o, nos emocionando com o Todo maravilhoso que ele é e que está tão machucado por nosso modo egoísta e industrial de usá-lo. O Mundo precisa de Amor, urgentemente. O Mundo precisa ser amado.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O Refugiado

Todos os meus dias
Espero por algo mais
Tudo está errado
Mas agora tanto faz
Meus amigos se foram
E sei que não vou mais ver
E o que fazer agora?
Disfarça e crê

Mais um dia...

Procurando alguém
Que fale como eu
Alguém que tente explicar
Por onde posso ir
Alguém que não irá
Matar-me por ser eu
Alguém que saiba amar
Pra eu me iludir

Mais um dia...

O que o sol me mostra
Neste novo lugar
É um fundo de poço
Pra se chamar de lar
Onde você não quer ir
Onde eu vou acabar
Mais um motivo pra fugir
Me faz ficar

Mais um dia...

Deixe estar o que não deixa estar, não deixe ir e vá
Enquanto você não sabe e tenta, e tenta explicar
Todo o seu melhor que não existe mais nada

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Constatação do Amor e da Música

Encontrar a pessoa ou a banda certa é mais ou menos a mesma coisa. Ontem coloquei na minha cabeça que ia começar a procurar por bandas novas, e quando encontrei uma delas, não consegui mais parar de ouvir... não quero mais procurar outras bandas, quero ouvir só essa todos os dias. Penso que amor é a mesma coisa, quando você encontra uma pessoa e sente isso, então não vai querer mais procurar ninguém, e isto se dará de forma natural...

Eis meu mais novo amor...


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sad

É que quando eu jurei meu amor eu traí a mim mesmo...

terça-feira, 28 de julho de 2015

Remode (looking for myself)

Comprar um cortador de unhas amanhã (e cortá-las)

Ensaiar pelo menos 10 vezes por dia as linhas de baixo das músicas próprias que serão gravadas

Ensaiar pelo menos 5 vezes por dia as linhas de guitarra das músicas próprias que serão gravadas

Voltar a escrever minhas caronas

Voltar a ser criativo com textos da facul

Retornar com as bandas (ou fazer o possível)

Deixar de me anular por causa da Bina. Voltar a me auto-afirmar.

Estudar para os concursos

Ressuscitar o Duo Reverse (montar repertório nacional)

Definitivamente, custe o que custar, gravar as minhas músicas

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Porra!!!

Falta de empatia é uma parada que me irrita pra caralho!!!

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Sorte

29 de Dezembro de 2009


A décima terceira carona. Um presente do acaso.


 Eu já havia me conformado com a minha derrota, e estava em Londrina por mais tempo que o habitual. Estava vendendo DVD's e havia invadido uma casa onde meu avô havia morado até Novembro, mas que agora estava abandonada. Assim encerrava o meu ano de 2009, em um Dezembro confuso porém agradável, onde eu conseguia me esconder sozinho embaixo de um teto, e não havia ninguém para vangloriar-se da minha derrota. Minhas dores de ouvido ainda incomodavam bastante, mas meu dente do siso havia se partido em tantos pedaços, que a dor já estava mais amena. Todas as minhas coisas ainda estavam na casa da Dona M e eu sabia que cedo ou tarde teria que ir lá para buscar, mas o fato é que eu estava deveras traumatizado com caronas. Só de pensar em tudo o que havia passado nas últimas caronas, um imenso cansaço invadia meu corpo, minha mente e minha alma. A apatia era forte, e o decorrer daquelas semanas anteriores tratavam de me pregar aos poucos, e cada vez mais, naquela confortável zona de esquecimento e retiro. No entanto, naquele dia 29, após voltar de um dia de vendas, senti um ímpeto arrebatador, uma vontade muito grande de passar a virada do ano em São Paulo, na Avenida Paulista, com os amigos que havia feito lá, na grande Babilônia. Foi uma espécie de convite do acaso.

 Naquela mesma noite, decidi ir até o hotel onde eu antes fazia meus bicos uma vez por mês, só para ver se algum hóspede partiria para São Paulo. Cumprimentei um funcionário que não lembro o nome, e conversávamos um pouco sobre como estava aquele fim de ano no hotel, quando um hóspede apareceu de repente, e me cumprimentou:

 - E aí, rapaz?! Não trabalha mais aqui?!
 - Tô sim, mas só de vez em quando.
 - Não tá lembrado de mim?
 - Hum... deixa eu ver bem...

 Na verdade não lembrei na hora, mas ele se descreveu e me ajudou a lembrar. Era um policial militar, que morava em Osasco, e que certa vez, alguns meses atrás, havia se hospedado no hotel. Era o sargento Oliveira, mas não me lembro de seu primeiro nome. Na ocasião anterior de sua hospedagem, ele havia vindo com mais três policiais militares a Londrina, pois havia comprado um caminhão com procedência duvidosa, e o veículo havia sido confiscado, o que o fazia ter que vir a Londrina para apresentar-se em um processo. Não vou entrar em detalhes, mas o fato é que ele havia vindo em Dezembro novamente, agora com sua esposa e seu filho, para dar números finais ao processo, e reaver o direito sobre o seu caminhão.

 - Você vai achar estranho, mas eu vim essa noite no hotel só para ver se encontrava algum hóspede que fosse para São Paulo.
 - Sério?! Então, a gente já sai amanhã, seis e meia da manhã, se você estiver por aqui...
 - Perfeito! Aí você me deixa em Osasco.
 - Você vai na Hugo Semeghini, não é? Vou passar por essa rua. Te deixo lá.
 - ...

 Eu não sei que raios de memória aquele homem tem, mas ele se lembrou de mim, do meu rosto, e da rua em que eu morava em Osasco!!Uma coisa absurda! E eu, que superestimo minha memória, sequer lembrava de seu rosto. Considerei até a hipótese de aquele homem ter me investigado, mas era algo improvável. Ele era de fato muito inteligente, e me levou até o estacionamento para mostrar qual era o seu carro, para que eu o identificasse no dia seguinte, por quaisquer motivos. Era um Peugeot 306, prata. Fui embora radiante, e sobre gritos de "cagado!!", do funcionário do hotel.

Já no mocó, deitei-me sobre um acolchoado para dormir. Porém, mesmo com toda essa sorte, a dor de ouvido ainda me perseguia, e me impediu de desfrutar de uma noite de sono minimamente decente; acordei quatro ou cinco vezes naquela noite, de forma com que dormi sem riscos de perder a hora. Saí do mocó ainda muito escuro, pois era horário de verão. Estava um frescor bastante agradável, e lá fui eu ,de ônibus, tranquilamente, até o hotel. Cheguei antes das seis da manhã, pois não queria, sob nenhuma hipótese, pôr em risco aquela carona. Era a chance de unir o útil ao agradável, pois além do prazer da festa na Paulista, poderia passar na casa da dona M. e pegar algumas roupas e coisas minhas que havia abandonado lá. Já no hotel, o relógio passava de seis e meia da manhã, mas nem sinal de o sargento ter descido. Fui até o estacionamento e seu carro ainda estava lá, firme e forte. Por volta das sete da manhã, desceram o sargento, sua esposa e seu filho para guardar as malas no carro. Me prontifiquei a ajudar, e fomos em direção ao estacionamento.

 - Só espere a gente tomar um café, e a gente já parte - disse o sargento.
 - Sem problemas - respondi. Fiquem a vontade.

 Terminado o café, feito o check-out, partimos em puro conforto rumo a Osasco. A manhã estava fresca e um pouco nublada, linda, e dava um clima nostálgico, de certa forma, à viagem. Íamos no banco de trás eu e seu filho, um adolescente de uns 13 anos, e na frente o sargento e a sua esposa, com ele na direção. O sargento puxava conversa comigo, que estava exatamente atrás do banco dele, sempre perguntando o porquê de as coisas terem dado errado lá em São Paulo. O rádio estava tocando música sertaneja, e numas dessas ele sempre frisava que se eu quisesse fazer sucesso e ganhar dinheiro, que deveria migrar para a música sertaneja.

O sargento também falava de suas ações de policial, e contou que um mês atrás havia perseguido uns bandidos que haviam matado e roubado um comerciante lá na "minha rua", na Hugo Semeghini, e que havia passado no jornal e tudo.

 - Você não ficou sabendo?
 - Acho que ouvi algo a respeito sim (mentira).

 Conversa vinha, conversa ia, e a viagem seguia. Fomos por Sertanópolis-Assis, porém, tão logo percebemos, já estávamos na Castello Branco. O asfalto da Castello estava molhado, sinal de que havia chovido por lá antes, porém, só o que se via era uma leve garoa. Paramos no primeiro Graal da rodovia, por volta do quilômetro duzentos, a pedido da esposa do sargento. Fiquei do lado de fora, fumando um cigarro e conversando com ele, enquanto a esposa e o filho foram comer. Pouco tempo depois, entramos para acompanhá-los à mesa, enquanto a mulher do sargento comia um minúsculo pedacinho de bolo de chocolate e o filho degustava um pacote de batata frita Ruffles.

 - Nossa amor, sete reais esse "pedacico" de bolo! - reclamou a mulher.
 - O quê??!!! Isso sim é um assalto!! - bradou o sargento.

 Todos rimos um pouco, mas de fato era um absurdo. Era um pedaço de bolo tão pequeno que era menor que um quarto da palma da minha mão.

 De volta à estrada, seguimos pela Castello, dessa vez em definitivo. Vários quilômetros depois, o tempo foi abrindo, e a garoa teve fim. A viagem seguiu adiante, e pouco antes do meio-dia já estávamos no quilômetro dezoito. Fazia um belo sol agora, e logo após passar pelo Rodoanel, já estávamos em Osasco. Ele conhecia bem mesmo aquela quebrada, e após algumas curvas, já estávamos na rua Hugo Semeghini, Perguntou o número da casa, e foi descendo em direção a ele.

 - Tá entregue, garoto - sentenciou o sargento, após estacionar em frente à casa de dona M.
 - Poxa cara... tô sem palavras - tentei agradecer. Salvou meu fim de ano...
 - Imagina. Não fiz mais que minha obrigação. Um policial tem que servir a população.

 Me deixou no portão da casa de dona M., e partiu.


EPÍLOGO

 (Trriiimmm) Toquei o interfone da casa de dona M., e uma de suas filhas atendeu.

 - Ah, é você... - disse ela, com cara de poucos amigos.

 Chamou pela dona M., e a mesma abriu um grande sorriso debochado ao me ver.

 - Ricaaardo! - exclamou surpresa dona M. Nossa, como você é cara de pau de voltar na minha casa!! Quê que você quer??!

 Fiquei meio sem graça, pois já conhecia o deboche e a ironia de dona M., e ela era uma expert nisso.

 - Vim em missão de paz - disse eu, rindo para tentar amenizar a situação. Só vim pegar umas coisas minhas e em meia hora eu vou embora. Prometo.
 - Ah é?! Pois eu te dou quinze minutos. Ó, já tô contando no relógio - disse dona M., enquanto abria o portão.
 - Putz, mas eu queria fumar um cigarro antes com a senhora... - lamentei, devolvendo a ironia.

 Dona M. fumava escondido, pois sua religião proibia cigarros. Acendi um ali, na garagem mesmo, só para provocar.

 - Ah, agora você tá fumando então?! Se entregou de vez para o demônio! - exclamou dona M.
 - Mas a senhora também fuma, poxa - repliquei.

 Dona M. começou um sermão de inúmeras palavras por minuto, sempre com um sorriso sarcástico no rosto. Apaguei meu cigarro pela metade, e subi as escadas até o depósito acima da garagem, onde sempre dormia lá. Dona M. me seguiu, lançando sua torrente de palavras, as quais não me lembro de ter absorvido. Não pude deixar de me surpreender ao perceber que boa parte das minhas roupas não estavam mais lá.

 - Eita! Minhas roupas estão lá embaixo? - perguntei transtornado.
 - Não. Doei tudo para um mendigo - respondeu dona M.
 - Ah, M... sério?! - eu não queria acreditar naquilo.
 - É ué! Deus me disse pra fazer isso e eu fiz!
 - Mas eu gostava tanto daquelas calças e daquele tênis...

 De fato eu gostava das duas calças Smart  que havia deixado lá, e do meu tênis West Coast, o qual havia sido presente da minha finada avó Mãezinha, dois anos atrás. Eu não sou de ligar para roupas ou marcas, mas acho que as desventuras vividas naquele ano de 2009 fizeram com que eu me apegasse a elas de alguma forma. Confesso que fiquei com vontade de chorar, de tanta raiva! Engoli sêco. Peguei o que coube na mochila, minha guitarra, meu amplificador, uma sacola e desci as escadas. Dona M continuava esbravejando duzentas palavras por minuto, mas a essa altura eu já havia abstraído de sua presença. Com esforço, e me equilibrando para carregar tudo que levava, saí pelo portão, e parti para São Caetano, para a casa de um músico amigo que lá morava.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Deveras enjoado disso

As vezes sou tomado por uma sede de natureza, uma sede de mundo, de vida!! Uma ânsia de fugir da nossa urbanicidade doente... uma vontade louca de ir morar na Jamaica!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

De Volta pra Casa

Sonhei que voltava de viagem com a Sabrina e minha falecida vó mãezinha, e dormi no ônibus. Quando acordei elas já haviam descido, e eu desci no ponto seguinte. Voltei por um caminho soturno e uma mulher me seguia. Após andar em uma via que não se podia seguir em frente, virei a esquerda e fui parar na casa onde estava a Sabrina e minha vó. Quando a Bina viu a mulher que me seguia ficou bastante enciumada. Eu disse que nem conhecia aquela mulher, que nunca a vi na vida, mas a Bina continuava com muita raiva. Comecei a tentar jogar a mulher por cima do portão da casa, mas ela enroscou na lança, e ficou presa lá. Voltei pra dentro de casa, mas não vi mais a Bina. Perguntei pra mãezinha, e ela disse que a Bina tinha ido embora, e com razão.